Há três semanas, Monte Verde, no Sul de Minas, registrou a menor temperatura do Brasil: 8,8ºC durante a madrugada. A partir do outono é normal todos os anos o distrito de Camanducaia, a cerca de 480 km de capital mineira, no alto da serra da Mantiqueira,  bater recordes negativos de temperatura. Dá um gostinho do que vai ser o inverno, período da alta temporada. Neste final de semana, o vilarejo de 8.000 habitantes teve média de 11°C/12ºC nos termômetros, animando os visitantes durante a folga do Dia do Trabalhador.
 
Depois da queda no volume de turistas em fevereiro e março, em parte por conta do período de chuvas, a expectativa é grande para a alta temporada, de maio a agosto. Esperam-se cerca de 45 mil turistas, de acordo com a presidente da Agência de Desenvolvimento de Monte Verde (Move), Rebecca Wagner. A vila tem apenas 10 mil leitos, portanto é recomendado que o turista reserve hospedagem com antecedência. “Quando chove muito no verão, o inverno é mais ameno, constante, mantendo as temperaturas baixas”, explica.
 
Para esta temporada, o portal e a avenida principal do vilarejo am por um processo de revitalização. Os dois eventos tradicionais, Amor nas Montanhas e Inverno das Montanhas, organizados pela Move, respectivamente, em junho e julho, reservam uma programação especial para o visitante. Ele chega ao distrito em busca do aconchego de suas pousadas, boa parte delas com lareira e mimos, da excelência da gastronomia e dos eios de ecoturismo. Além de casais, famílias com filhos pequenos têm sido atraídas pelo destino.
 
Selecionamos sete programas para sua primeira (ou próxima) viagem a Monte Verde. Confira! 
 
Casal curte a vista da Pedra Redonda
  

eios em meio à natureza

 
Um city tour com duração média de três horas é uma boa introdução a Monte Verde. O programa começa na trilha na Pedra Redonda e visita pontos turísticos como o alambique, a fábrica de chocolates, a loja de doces e queijos Delícias de Minas e o restaurante Paulo das Trutas, com parada para degustação. Dos cinco picos da região, dois encontram-se fechados para ar por reestruturação: Pedra Partida e pico do Selado. Há menos de 15 dias, as trilhas do Chatô e Chapéu do Bispo foram abertas aos visitantes.
 
Com a exceção da Pedra Redonda, em todas as trilhas é recomendado contratar um guia. Pela facilidade de o (3,5 km) e curta extensão (900 m), a Pedra Redonda é a mais procurada pelos turistas. Uma caminhada de 900 m – escadarias de madeira driblam as subidas íngremes em alguns trechos –, leva a um mirante a 1.950 m de altitude, com vista de 360º da região. O eio custa entre R$ 100 e 200 por pessoa e é feito em veículos com tração 4x4. e Quadriventure e coontrate o eio.
 
eio de quadriciclo na Fazenda das Samambaias
  

Na terra do quadriciclo e do UTV

 
Carro 4x4, UTV, quadriciclo e bicicleta são opções para se explorar a região. Monte Verde é famosa por ter uma das maiores frotas de quadriciclo do país: cerca de 80 veículos. As empresas oferecem os eios em circuitos fechados: as fazendas Aventura Radical, Radical, Off-Road e das Samambaias. A Quadriventure, de Ronaldo Paes, é uma delas.
 
O circuito dura cerca de uma hora e é feito em uma trilha exclusiva na fazenda das Samambaias. De nível intermediário, conta com subidas, descidas, atoleiro e parada para descanso em mirante. Cada veículo leva duas pessoas, e o preço é em torno de R$ 179 por quadriciclo. Quem preferir pode fazer o circuito em UTV, veículo de uso militar da década de 1950 e que vence facilmente qualquer terreno ao preço, em média, de R$ 300.  Procure uma agência no site Visite Monte Verde e contrate o eio. 
 
A sapecada do pinhão é uma das atrações do Festival do Pinhão, no Parque Oschin
 

Para vivenciar o Festival do Pinhão 

 
Com mais de 50 mil m² de natureza, o Parque Oschin é um bom programa para famílias com filhos pequenos. A novidade é o primeiro filhote de lhama nascido em Monte Verde. O local  permite ao visitante observar diferentes espécies de pássaros e caminhar em volta de lagos, cascatas, bosques de araucárias, caminhos de hortênsias e estufas de morango.
 
Desde abril até 13 de agosto, o parque oferece o Festival do Pinhão: uma das atrações é presenciar a sapecada, com apresentação uma vez por dia às 12h30 e sessão extra às 13h30 nos finais de semana e feriados, quando o fruto é assado em uma fogueira acesa nas folhas da araucária. O restaurante do parque da família Oshin serve ainda entrevero de pinhão a R$ 89 para duas pessoas. Os ingressos custam R$ 50 para adultos e pessoas com mais de 12 anos e R$ 25 para crianças de 3 a 11 anos e idosos. e Parque Oschin ou Instagram / @parqueosshin
 
O treinador Riuvânio Rodrigues Ferreira e seus falcões: aulas práticas para os visitantes
 

Um falcão para chamar de seu 

 
Da Europa também vem uma tradição milenar, a falcoaria. Do fascínio do biólogo, ornitólogo e educador ambiental Riuvânio Rodrigues Ferreira pelas aves de rapina, nasceu um atrativo turístico. Na Escola de Falcoaria, Rodrigues explica a arte milenar, apresenta as espécies, conta curiosidades, desmistifica crenças e desperta para a preservação da fauna. A aula deve ser agendada com antecedência e dura cerca de uma hora de 15 minutos, incluindo a instruções teórica e de manejo e aula prática.
 
No plantel, são quatro gaviões -asa-de-telha, um falcão da espécie lanner, duas corujas-suindara e uma coruja-orelhuda. Muitas aves dessas são recebidas pelas mãos da Polícia Militar e do Ministério Público para reabilitação e posterior soltura na natureza. A escola também desenvolve um trabalho de educação ambiental. Em agosto, a falcoaria inaugura espaço próprio no bairro Ponte Nova. O custo da instrução completa é de R$ 100. e Escola de Falcoaria ou Instagram / @escoladefalcoaria
 
Arancines, no Villa Donna Bistrô: bolinho de arroz recheado com queijo minas e servido com geleias de pimenta e de cachaça
 

Excelência da gastronomia 

 
O friozinho da montanha é propício às experiências gastronômicas em Monte Verde. E elas estão por toda parte. Comer um fondue é uma delas. O prato de origem suíça bate ponto em todos os cardápios. Nesse quesito, indicamos o L’archange Gourmet Bistrot (@larchangebistrot). Para fugir do lugar-comum. Nossa dica é o Villa Donna (@villadonnabistro), de Sonia De Caro Kohen, que completou 14 anos em abril.
 
O cardápio oferece risotos e massas artesanais, receitas resgatadas de família e acrescentadas de um toque de mineiridade. “Gosto de juntar gastronomia e história”, destaca Sonia. A dica é começar com o arancine, bolinho de arroz recheado com queijo minas e servido com geleias de pimenta e de cachaça como entrada, continuar com o risoto de abóbora assada e carne-seca com molho de costela como prato principal e finalizar com o Uai, o sorvete de queijo com calda de goiabada, feito com o canastra sem sal. Os preços são, em média, R$ 60 (entradas), R$ 80 (pratos principais) e R$ 20/30 (sobremesas). 
 
Brinde ao pôr do sol no Hugel Bar
 

Pôr do sol na colina  

 
Estrategicamente localizado no topo de uma colina, o Hugel Bar (@hugelbar) traz um espaço interno cercado por janelas de vidro para que os visitantes possam desfrutar do pôr do sol. Há, ainda, uma área ao ar livre.
 
A especialidade é a tradicional gastronomia alemã, com destaque para o Eisbein, o joelho de porco cozido lentamente com temperos e especiarias, acompanhado por batatas ao murro, conserva de pepino, salada de repolho com maçã-verde, mostarda e mel, a R$ 150, e os drinks autorais, como os gins Nativo, com mel de abelha nativa e limão caipira, e Da Floresta, com ervas e flores, a R$ 59. 
 
A entrada para o Hugel custa R$ 150, convertidos em consumação. Também as agências oferecem eio de quadriciclo para contemplar o pôr do sol nas fazendas Radical, Off-Road e Aventura Radical. 
 
Fazenda Itapuá: quartos com lareira e varanda com rede
 

O protagonismo da hospedagem 

 
Em Monte Verde, o local de hospedagem tem protagonismo importante na viagem. Portanto, sua escolha é importante. O distrito oferece uma combinação irresistível no inverno: vinho, lareira e banheiras de hidromassagem com vista para paisagens. Um dos charmes da hotelaria são os chalés em meio à natureza, com espaços amplos, aconchegantes e muitos mimos.
 
No Myrante da Colina (diárias a partir de R$ 702,98 o casal, com café da manhã), há piscina coberta, spa com experiência relaxante, quartos com lareira e banheira de hidromassagem dupla; a 3 km do centro, os 19 chalés em madeira e alvenaria do Fazenda Itapuá (diárias a partir de R$ 800 o casal, com café da manhã) são equipados com banheiras de hidromassagem, lareira, varanda com rede e decoração que une o rústico ao moderno. Melhor ainda se o hotel escolhido aliar conforto da hospedagem a uma boa gastronomia.