BRASÍLIA — O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes impôs um prazo de 24 horas para a Meta entregar à Corte todas as informações de cadastro e as conversas dos perfis atribuídos ao delator Mauro Cid.
Ele atende a um pedido dos advogados do tenente-coronel, que contestam a ligação de Cid com os perfis "GabrielaR" e "@GabrielaR702" — segundo reportagem de Veja publicada nessa quinta-feira (12), Cid usava as duas páginas para trocar mensagens com pessoas do círculo pessoal de Jair Bolsonaro (PL).
O STF exige que a Meta entregue os dados cadastrais dos perfis, incluindo e-mails e números de telefone usados nos os, além de todas as mensagens trocadas desde maio de 2023. O ministro também quer que a empresa informe se essas páginas foram adas por meio de navegadores em laptops ou computadores. O prazo concedido à Meta se esgota no sábado (14).
Na última quinta-feira, após a publicação de Veja, os advogados Cezar e Vânia Bitencourt pediram ao STF a abertura de uma investigação para identificar o verdadeiro titular dos perfis atribuídos a Mauro Cid. Na solicitação remetida ao ministro Alexandre de Moraes, a defesa alega que as informações contidas na reportagem são falsas.
"Esse perfil não é e nunca foi utilizado por Mauro Cid, pois, ainda que seja coincidente com o nome de sua esposa (Gabriela), com ela não guarda qualquer relação", afirmam os advogados. "Trata-se, portanto, sem sombra de dúvida, de uma falsidade grotesca e produzida para servir de prova no processo penal", completam.
Antes da revelação de Veja, o uso de um perfil com o nome de "Gabriela" atribuído a Mauro Cid apareceu durante o interrogatório do tenente-coronel no Supremo Tribunal Federal. Na segunda-feira (9), quando era interrogado, Cid respondeu ao advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, que não conhecia o perfil "GabrielaR" e também não sabia a quem pertencia.