O Brasil acompanha a luta contra o câncer da cantora Preta Gil, que agora busca alternativas fora do país para continuar o tratamento. Hoje, Dia Mundial da Saúde, o caso da brasileira proporciona discussões sobre o desafio do combate à doença no Brasil e no mundo.

O câncer colorretal, que acometeu a brasileira, foi o terceiro que mais cresceu no mundo em 2022 com 1,9 milhão de novos casos. O levantamento é do Observatório Mundial do Câncer. 

O que motiva a ida de Preta aos Estados Unidos é a chance de ter o a medicamentos inovadores que estão em fase final de estudos naquele país. A decisão da brasileira demonstra sua resiliência e a necessidade de ampliar, de maneira igualitária, o tratamento de saúde especializado em todo o mundo.

O desafio se torna ainda maior em razão do crescimento populacional, do aumento da expectativa de vida em diversos países e dos hábitos que elevam o risco de desenvolvimento de câncer. Essa conjuntura torna imprescindível a atenção tando ao tratamento quanto à prevenção da doença. 

As estimativas globais revelam desigualdades impressionantes na demanda pelo tratamento de câncer. Isso é particularmente verdadeiro para o câncer de mama. Em países com um IDH muito alto, uma em cada 12 mulheres será diagnosticada com câncer de mama durante a vida e uma em cada 71 mulheres morrerá desse problema. Por outro lado, em países com IDH baixo, enquanto apenas uma em cada 27 mulheres é diagnosticada com câncer de mama ao longo da vida, uma em cada 48 mulheres morrerá desse problema.

No Brasil, onde são esperados 704 mil casos novos de câncer só neste ano, falta investimento robusto no desenvolvimento de tecnologia própria para o combate à doença. Dominar toda a cadeia de produção das terapias é fundamental para reduzir os custos. O tratamento com células CAR-T, por exemplo, é capaz de reduzir o valor da terapia em até 2/3. Só com inovação será possível dar esperança à Preta Gil e todos os brasileiros vítimas do câncer.