A reação brasileira ao tarifaço de Donald Trump é um sinal de soberania e capacidade política de proteção aos interesses nacionais. O projeto que permite ao Brasil retaliar países que apliquem sobretaxas tramita a os largos no Congresso e une governo, oposição e setores importantes como o agronegócio.

O movimento das autoridades brasileiras se justifica no momento em que o presidente dos EUA põe em prática sua escalada protecionista. Em março, o republicano aumentou para 25% a tarifa de importação sobre produtos brasileiros, como o aço e o alumínio. Produtos derivados de ferro e aço são o segundo item brasileiro mais exportado para os EUA, tendo somado US$ 2,8 bilhões em vendas em 2024, ficando apenas atrás de petróleo (US$ 5,8 bilhões).

Trump promete avançar na escalada protecionista nesta quarta-feira (2). Ele deve colocar em prática o que chama de “Dia da Libertação”, porque entende que a taxação livraria os EUA de ter que comprar produtos do exterior.

Um ponto importante do texto é a proporcionalidade das medidas a serem adotadas pelo governo brasileiro. Esse equilíbrio é fundamental para que o país não entre em uma guerra comercial que acarretaria em prejuízos econômicos e diplomáticos. Com a iminente aprovação da PEC, o Brasil a a ter mais uma ferramenta para proteger seus produtos diante do mercado externo. 

Além do projeto de resposta ao tarifaço, o Brasil deve manter o diálogo com diplomatas e setores comerciais dos EUA, visando reduzir os impactos do tarifaço. As decisões a serem anunciadas hoje por Trump merecem ser analisadas sem sobressaltos, de maneira técnica, para que o Brasil decida de maneira sóbria a estratégia a ser adotada. 

Em tempos de protecionismo crescente, o Brasil precisa demonstrar que não aceitará ivamente medidas unilaterais prejudiciais, sem, no entanto, comprometer sua própria estabilidade.