Uma esperança que se alimentou da força da solidariedade. A família de Enzo Veiga Guimarães, de 4 anos, celebra, nesta terça-feira (15 de abril), uma das melhores notícias que poderia receber nos últimos tempos: dois doadores de medula 100% compatíveis estão prontos para ajudar o menino a “renascer” após um começo de vida cheio de lutas. O pai da criança, Marcelo Veiga, não tem outras palavras para explicar a emoção e a alegria neste momento: “É de chorar”, diz ele.

O menino, que é de Nepomuceno, no Sul de Minas Gerais, foi diagnosticado com deficiência de purina-nucleosídeo fosforilase, condição raríssima que causa imunodeficiência e problemas neurológicos. Foi essa mesma enfermidade que matou a irmã dele, Antonella, com apenas 1 e 8 meses, no ano ado. O pai conta que não deu tempo nem de viver o luto, já que Enzo foi diagnosticado pouco depois.

A família, porém, nunca perdeu a esperança de que com o filho pudesse ser diferente. A campanha por doadores para o menino se espalhou por todo o Estado e, em cerca de um mês, veio a notícia: não apenas uma pessoa, mas duas são compatíveis. Nenhum dos familiares era e, por isso, não era possível a doação por parte deles.

“Agradecemos muito a todos que ajudaram. Não sabemos quem são os doadores, de onde são, mas agradecemos muito. No próximo dia 28 de abril, o Enzo vai ar por uma avaliação para que, assim, possa ser submetido à cirurgia”, conta Marcelo.

Conforme o pai da criança, a família vive um momento de muita alegria. Para ele, esse é um tempo emocionante, e a felicidade é ainda maior sabendo que foi possível conseguir, inclusive, mais de uma pessoa, mostrando que as esperanças não foram em vão. 

“Temos muita fé em Deus, e a campanha foi um sucesso. As pessoas ajudaram muito. Agora, é viver um dia após o outro até salvarmos a vida do nosso menininho”, conclui.

Relembre

Enzo, assim como a irmã Antonella, apresentou sintomas de gripe que não avam com medicamentos. Com o tempo, ele sofreu perda de coordenação motora e ou a se alimentar por sonda. 

Exames genéticos trouxeram à tona a enfermidade do menino. A única chance de salvar a criança é por meio do transplante de medula óssea, que deverá ser feito nas próximas semanas.

A doença é tão rara que no Brasil há menos de 30 casos registrados. Nos Estados Unidos, são cerca de 100.