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20 anos e 1,99m.

Ponteira.

Helena Wenk, jogadora do Flamengo, é talentosa e promissora.

A atleta é uma das apostas para o futuro e fez parte da seleção brasileira que disputou a Liga as Nações em 2024.

Mas será que Helena já é realidade?

O caso dela é muito comum pelo mundo afora.

E não é só no vôlei.

No Brasil quantas Helenas apareceram e simplesmente não vingaram?

Várias delas. 

É comum também.

Outras, em menor proporção, surgiram e confirmaram as previsões.

É fato: sucesso na base não significa êxito na principal. 

A filosofia usada no Brasil é completamente diferente do que adotam as principais potências.

Zhu, Boskovic, Egonu são exemplos mais recentes. Isso sem puxar fundo na memória.

Foram lançadas pelos técnicos de suas respectivas seleções com menos de 18 anos de idade.

Lá fora não existe essa proteção demasiada e cuidado que o Brasil exerce. 

Se tem talento, tem que jogar, não importa o campeonato. Seja no clube ou na seleção.

É na quadra que se aprende.

E Helena, onde se encaixa nesse cenário?

Desde 2020 no Flamengo, a jogadora só começou a ganhar espaço na temporada ada.

Isso porque, segundo consta, a redução drástica de investimento, corte no orçamento e perda de patrocinadores, obrigaram indiretamente Bernardinho a olhar para a base e abrir espaço para a atleta. 

Helena hoje ostenta o status de titular do time, o mais fraco montado nos últimos anos.

Não por culpa dela.

A jogadora vive entre altos e baixos. 

Fez ótimo jogo contra os poderosos Osasco e Minas, oscilou diante do inexpressivo Maringá, acabou no banco contra o Fluminense e comprometeu no fim diante do Praia.

Helena convive com a pressão. É sempre caçada no e, mas pode render mais no ataque e bloqueio.

A paciência que Bernardinho demonstra nos jogos, imagine nos treinos, não é  compartilhada pelos torcedores nas redes sociais.

Helena foi massacrada após a derrota do time para o Praia Clube, sobrando inclusive para o patrão, que na opinião da maioria deveria abrir espaço para Karina.

99 acertos nenhum elogio; 1 erro, 1000 condenações.

O tema é delicado.

Helena precisará ser forte mentalmente para ar nos testes. 

As críticas parecem fortes, desproporcionais, injustas e demasiadas. 

O que fazer com Helena?

Há quem defenda a tese que o ideal seria blindar e poupar a jogadora na medida do possível.

Outra tese seria jogá-las aos leões e deixar Helena se virar dentro e fora de quadra e ganhar corpo.

As atitudes de Bernardinho e da própria atleta responderão.

A tendência é que a Superliga não comprometa o futuro dela na seleção, mesmo porque José Roberto Guimarães tem mais habilidade e conhecimento de causa na prática.

Seria um golpe duro.

O ideal é Helena se desligar do perigoso mundo das redes sociais, que joga contra, olhar para frente e subir gradativamente cada degrau.

É hora de mostrar personalidade.

Helena, lamentavelmente vivemos num mundo em que não importa os êxitos e acertos durante sua trajetória. Você sempre será julgada apenas pelos seus erros.

Tomara que você resista.

Um dia, lá na frente, vai perceber que seus erros contribuíram mais para se tornar quem é hoje do que os seus acertos.