A seleção brasileira masculina de vôlei estreia nesta quarta-feira (11 de junho), às 17h30, na Liga das Nações (VNL) 2025. Jogando em casa, no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, o Brasil enfrenta o Irã na rodada de abertura da competição. O confronto marca o primeiro compromisso após a eliminação nas quartas de final dos Jogos de Paris 2024 e também o início do novo ciclo olímpico rumo a Los Angeles 2028.

Sem Bruninho, Lucão, Leal e Thales, a seleção campeã da VNL em 2021 busca retomar o protagonismo internacional com um elenco reformulado. Dos 13 atletas que disputaram os Jogos de Paris, apenas oito permanecem no grupo convocado por Bernardinho. Segundo o treinador brasileiro, o desafio agora é construir uma nova base, testar jovens talentos e consolidar lideranças dentro de quadra.

"Para nós, esse é o início de um ciclo, um novo projeto. Novos atletas estão chegando, alguns veteranos já não fazem mais parte da seleção. É um momento normal de tensão, ansiedade, especialmente ao jogar em casa contra grandes equipes. Nosso foco agora é entender onde estamos, o que precisamos fazer e seguir evoluindo", afirmou Bernardinho em coletiva de imprensa.

Renovar sem perder as referências

Flávio Gualberto - Seleção Brasileira | Divulgação/FIVB

Apesar do perfil mais jovem no elenco da Liga das Nações 2025, Bernardinho manteve nomes experientes que serão fundamentais neste processo de transição. O central Flávio Gualberto, por exemplo, entra em quadra diante do Irã com a braçadeira de capitão. Além dele, o oposto Alan, o levantador Fernando Cachopa e o ponteiro Lucarelli, que ainda se recupera de lesão, seguem como referências técnicas do elenco.

"Esses jogadores mais experientes estão assumindo o papel de liderança na equipe. São atletas com experiência internacional e que já participaram de ciclos anteriores", completou o técnico.

Entre os jovens, o principal nome é Darlan. O oposto de 22 anos foi o maior pontuador da última Superliga, com 598 pontos, e desponta como uma das principais apostas do novo ciclo olímpico.

"Darlan lidera as estatísticas, mas é importante como a gente lê as estatísticas. Ele é o maior pontuador da equipe, mas com muitos erros ainda. Foi o que teve mais aces, mas 40% foram erros. Ele está em processo de aprendizado. É só o segundo ano dele na seleção. O importante é que ele se torne mais consistente, mais regular como jogador de nível mundial. Ele tem muito potencial", avaliou Bernardinho.

Com a ausência de Lucarelli, o setor de ponteiros ganha novas possibilidades. Adriano, Honorato, Lukas Bergmann, Paulo Vinícius, Arthur Bento e Maicon aparecem como opções viáveis para a função. Bernardinho deve aproveitar a primeira etapa da competição para rodar o elenco e testar diferentes formações.

No levantamento, Cachopa deve começar como titular, mas Matheus Brasília também deve ganhar minutos ao longo da VNL. No meio de rede, Flávio será acompanhado por Judson, Léo Andrade, Geovane Kuhnen, Matheus Pinta e Thiery. A posição de líbero, aberta após a saída de Thales, será disputada entre Maique, que defendeu o Minas na última temporada, e Alê, do Sada Cruzeiro.

Estreia contra o Irã e sequência na Liga das Nações

O primeiro adversário do Brasil na VNL, o Irã, também a por reformulação e agora é comandado pelo técnico italiano Roberto Piazza. Entre os destaques estão o oposto Amin Esmaeilnezhad, o central Ali Haghparast e o levantador Javad Karimi, conhecido da torcida brasileira por ter defendido o Itambé Minas na temporada 2024/25.

"Estamos com o técnico Roberto Piazza agora, que tem muita experiência. Ele está trabalhando aspectos técnicos e também nossa mentalidade. Evoluímos muito desde que ele chegou. Mudamos muitos jogadores este ano. Temos jovens com boa qualidade, especialmente no saque e no ataque", comentou Karimi em coletiva de imprensa.

Além do Irã, o Brasil enfrentará, ainda nesta primeira semana da VNL, as seleções da Ucrânia, Cuba, Estados Unidos e Eslovênia.

A seleção cubana chega embalada por três temporadas consecutivas na VNL e mantém uma base sólida, com nomes como Miguel Ángel López, ex-Sada Cruzeiro, Marlon Yant e Osniel Melgarejo. O levantador Thondike Mejias e os centrais Roamy Alonso e Javier Concepción reforçam o estilo físico e veloz da equipe caribenha.

Já os Estados Unidos, medalhistas de bronze em Paris, optaram por uma estratégia diferente. Comandados por Karch Kiraly, os norte-americanos apostam em um elenco jovem, liderado por Micah Ma’a, Kyle Ensing e Erik Shoji, capitão e referência defensiva.

A Ucrânia, estreante na VNL, aposta no crescimento recente no cenário europeu após vencer a Liga de Ouro e chegar à final da Challenger Cup em 2024. Comandada por Yevhenii Kisiliuk e reforçada por centrais como Yuriy Semenyuk e Maksym Drozd, a equipe busca surpreender.

A Eslovênia, por fim, volta à VNL com um elenco experiente e acostumado a brilhar. Semifinalista em 2021 e 2024, o time europeu é liderado pelo capitão Tine Urnaut e conta com o talento de Rok Mozic, Jan Kozamernik e Dejan Vincic.

Na segunda semana da Liga das Nações, o Brasil enfrentará as seleções de Canadá, China, Itália e Polônia. Já na terceira e última etapa da fase classificatória, os adversários serão Argentina, Japão, Turquia e Alemanha.

Entre as principais candidatas ao título estão a Polônia, que lidera o ranking da Federação Internacional, a França, atual campeã olímpica e vencedora da última edição da VNL, e a Itália, que conquistou o Mundial em 2022.

Novo formato da VNL 2025

Assim como na disputa feminina, a edição de 2025 da VNL masculina estreia com novo formato. Com 18 seleções participantes, a fase classificatória a a ter três grupos por semana, em sedes diferentes. Cada equipe disputará 12 partidas, divididas em três semanas. O Brasil joga em casa nesta primeira etapa e, na sequência, viaja para Chicago (EUA) e Chiba (Japão).

Ao todo, serão 232 partidas até a decisão, com impacto direto no ranking da FIVB. O desempenho na VNL influencia diretamente a corrida por vagas olímpicas e a posição das seleções no cenário internacional.