O Grande Prêmio do Canadá de Fórmula 1 é um dos eventos mais aguardados da temporada. Disputado no charmoso e desafiador Circuit Gilles Villeneuve, em Montreal, a prova combina velocidade, técnica e um clima festivo único nas ruas da cidade canadense. O Lance! conta tudo sobre o Grande Prêmio do Canadá.
A pista, construída em uma ilha artificial no rio Saint-Laurent, é um dos traçados mais tradicionais do calendário da F1 e recebe a prova desde 1978. Foi nesse mesmo ano que o lendário Gilles Villeneuve, piloto canadense homenageado no nome do circuito, conquistou sua primeira vitória na F1, em casa.
Desde então, o circuito se tornou palco de corridas emocionantes e imprevisíveis, com muitos momentos icônicos, como duelos, batidas no famoso "Muro dos Campeões" e provas sob chuva.
A seguir, confira tudo sobre o Circuit Gilles Villeneuve: sua história, características técnicas, principais desafios e as marcas que o tornaram um dos favoritos dos fãs e dos pilotos.
História do Circuit Gilles Villeneuve
O GP do Canadá ou por diferentes circuitos até se fixar em Montreal. Entre 1967 e 1977, foi disputado em Mosport Park e em Mont-Tremblant. Por questões de segurança e infraestrutura, decidiu-se criar um novo traçado.
Assim nasceu o Île Notre-Dame Circuit, inaugurado em 6 de outubro de 1978, durante o primeiro GP do Canadá em Montreal. O circuito foi montado na Île Notre-Dame, uma ilha artificial construída para a Expo 67.
O GP de 1978 foi vencido por Gilles Villeneuve, então piloto da Ferrari, em uma vitória histórica. Após a morte trágica de Villeneuve em 1982, em Zolder, o circuito foi renomeado oficialmente como Circuit Gilles Villeneuve, em sua homenagem.
Desde então, o GP de Montreal tornou-se um clássico da F1, com exceção de algumas ausências no calendário — como em 2009 e durante a pandemia.
Localização e estrutura do Grande Prêmio do Canadá
- Local: Parc Jean-Drapeau, Montreal, Quebec, Canadá
- Capacidade: cerca de 100 mil pessoas
- Comprimento atual: 4,361 km (2,710 milhas)
- Número de curvas: 14
- FIA Grade: 1 (padrão máximo da F1)
- Inauguração: 1978
O circuito é montado em meio ao Parc Jean-Drapeau, um parque urbano que inclui a Île Notre-Dame e a vizinha Île Sainte-Hélène. Fora dos dias de GP, a pista é aberta ao público para ciclismo, corrida e lazer.
A área dos boxes foi totalmente renovada para a temporada de 2019, com uma nova estrutura moderna.
Características técnicas do Circuit Gilles Villeneuve
O traçado canadense é um dos mais desafiadores da F1, combinando:
- Retas longas — que exigem potência de motor e eficiência aerodinâmica.
- Chicanes técnicas — que demandam controle e precisão na frenagem.
- Hairpin (curva 10) — um dos pontos mais icônicos para ultraagens.
- "Wall of Champions" (Muro dos Campeões) — uma armadilha na última chicane, famosa por ter "vitimado" grandes campeões.
Apesar de não ter uma altimetria acentuada, o circuito exige constante atenção dos pilotos. As barreiras estão muito próximas da pista, punindo qualquer erro com abandono.
O ritmo de corrida em Montreal costuma ser dos mais acelerados do calendário, com média de velocidade elevada. O clima instável da região em junho adiciona um fator extra de imprevisibilidade — já houve GPs decididos sob chuva intensa.
O "Muro dos Campeões" no Canadá
O trecho mais famoso do Circuit Gilles Villeneuve é o chamado "Wall of Champions" — a parede localizada na saída da última chicane (curvas 13 e 14), que leva à reta dos boxes.
Batizado após o GP de 1999, quando Damon Hill, Michael Schumacher, Jacques Villeneuve e outros campeões mundiais bateram ali, o muro ostenta a mensagem "Bienvenue au Québec".
Ao longo dos anos, pilotos como Jenson Button, Sebastian Vettel e outros também se tornaram vítimas do local. A proximidade do muro exige máxima precisão na abordagem da chicane.
Recordes da pista
O recorde oficial de volta em corrida no circuito é:
- 1:13.078 — Valtteri Bottas (Mercedes), 2019
O tempo mais rápido já registrado (não oficial, em classificação):
- 1:10.240 — Sebastian Vettel (Ferrari), 2019 (Q3)
O GP do Canadá de 2011 também entrou para a história como a corrida mais longa da F1, com mais de 4 horas de duração devido a um dilúvio.
Outras categorias que já correram em Montreal
Além da Fórmula 1, o Circuit Gilles Villeneuve já recebeu diversas outras categorias:
- Champ Car / CART
- NASCAR Nationwide Series (hoje Xfinity Series)
- Grand-Am Rolex Sports Car Series
- World Sportscar Championship
- Ferrari Challenge
- IMSA GT3 Cup
- NASCAR Pinty’s Series
Em 2007, o circuito sediou a primeira corrida da NASCAR fora dos EUA.
Momentos históricos do GP do Canadá
Algumas das corridas mais inesquecíveis da F1 em Montreal incluem:
- 1978: primeira vitória de Gilles Villeneuve, eternizando seu nome no circuito.
- 1989: vitória de Thierry Boutsen em corrida chuvosa caótica.
- 2007: primeira vitória de Lewis Hamilton na F1.
- 2011: vitória de Jenson Button na prova mais longa da história da F1.
- 2019: polêmica vitória de Hamilton, após punição a Vettel.
Um circuito adorado pelos fãs
O GP do Canadá é reconhecido como um dos eventos mais vibrantes da temporada. O público canadense — e em especial o de Montreal — abraça o evento com entusiasmo. As ruas da cidade ficam tomadas por fãs, criando uma atmosfera de festa que contagia pilotos e equipes.
Além disso, a pista proporciona sempre corridas movimentadas e com grande chance de surpresas.
O Circuit Gilles Villeneuve é, acima de tudo, um tributo vivo à paixão pelo automobilismo. Seu traçado rápido, técnico e punitivo continua oferecendo aos fãs algumas das melhores corridas do ano — e mantém viva a memória de um dos pilotos mais carismáticos da história da F1.