A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (6) uma operação para coleta de provas referentes aos financiadores de movimentos que bloquearam rodovias federais após as eleições presidenciais de 2022. Na ocasião, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) fecharam rodovias em todo o país contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por uma intervenção militar que poderia impedir a posse do petista e até fechar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Na chamada Operação Parada Obrigatória, os agentes foram às ruas nesta quarta para cumprir 10 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal de Mato Grosso, nos municípios de Pontes e Lacerda (MT) e Campo Grande (MS).

Em nota, a PF lembra que, “no contexto da prática de atos antidemocráticos ocorridos após as eleições”, houve o bloqueio da rodovia BR-174 por manifestantes que agrediram e ameaçaram motoristas que tentavam furar as barreiras, “além da reiterada desobediência a policiais que buscavam liberar o trânsito”.

Os líderes, financiadores e demais participantes desse movimento podem responder por crimes previstos no código penal, dentre eles: constrangimento ilegal, lesão corporal, incitação ao crime, associação criminosa, abolição violenta do estado democrático, dentre outros. Essas penas, somadas, am de 13 anos de prisão.

“Os materiais apreendidos serão submetidos à análise e perícia, para prosseguimento das investigações com o objetivo de identificar e apontar elementos de responsabilização de todos os envolvidos nas ações criminosas”, diz a PF.

Paralelamente ao bloqueio de rodovias, bolsonaristas montaram acampamentos em frente a quartéis do Exército para pedir a saída dos militares para impedir a posse de Lula e até prender o então presidente eleito. Também houve derrubadas de torres de transmissão de energia elétrica e atos de vandalismo em Brasília, até 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes da República foram invadidas e depredadas, na tentativa de provocar um caos social.