O projeto de reajuste em 3,62% do salário dos servidores civis e militares da istração direta do Estado de Minas Gerais vai voltar, mais uma vez, para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), antes de ser votado em primeiro turno. Isso porque 53 emendas foram apresentadas durante sessão extraordinária no plenário nesta segunda-feira (27).

A estratégia de deputados da oposição e alguns da base, que também se opõem ao projeto do governador Romeu Zema (Novo), é exatamente adiar, ao máximo, a tramitação do projeto, a fim de ganhar mais tempo para negociação com o governo. Parlamentares da base, por outro lado, tem trabalhado para aprovar a proposta nas comissões o mais rápido possível para evitar o desgaste do governo estadual.

A expectativa é que as emendas sejam votadas na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) em sessão extraordinária nesta terça-feira (28), e siga para votação em primeiro turno até quarta-feira (29). Servidores públicos da saúde, educação e segurança pretendem acompanhar a votação com manifestação em frente à Assembleia.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), afirmou que os deputados ainda estão negociando com o governo uma proposta em consenso entre servidores e executivo.

“Nós estamos, eu especialmente, também, juntamente com vários deputados, tentando dialogar com o governo pra construir um consenso nesse projeto. Nós estamos aguardando o governo, nós temos que fazer uma construção, então já fizemos a sugestão ao governo, eles estão fazendo seus cálculos para ver se é possível”.

A principal crítica da oposição e dos servidores públicos é que a proposta de reajuste de 3,62% não cobre sequer as perdas inflacionárias do último ano, que foi de 4,62% pelo IPCA.

Entre as emendas apresentadas, uma delas é de autoria do deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), que autoriza um reajuste de 10,67%. Ao todo, 30 deputados am a emenda, entre eles os 20 da oposição e 10 entre deputados da base e independentes.

O deputado Sargento Rodrigues explica que essa é a inflação acumulada dos últimos dois anos, e classifica esse reajuste como "o mínimo do mínimo". Isso porque, o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindipol), a categoria está há sete anos sem recomposição inflacionária, chegando em uma defasagem salarial de cerca de 41%.

“Quando o governador manda um projeto de lei pra Assembleia, pra conceder reajuste ou reposição, na prática ele está pedindo autorização ao poder legislarivo para fazer esse reajuste. Ai nós fizemos uma emenda que autoriza a recomposição da inflação de 2022 e 2023”, explicou o deputado.