Robert De Niro, vencedor de dois Oscars — Melhor Ator Coadjuvante por O Poderoso Chefão: Parte II e Melhor Ator por Touro Indomável — retorna aos holofotes com The Alto Knights: Máfia e Poder. O longa estreou na Max ocupando o primeiro lugar entre os mais assistidos, e traz o astro no desafio de interpretar dois personagens centrais: Frank Costello e Vito Genovese. Amigos de infância, os dois mafiosos seguem rumos opostos até se tornarem rivais em uma disputa violenta pelo controle do crime organizado em Nova York e nos Estados Unidos durante os anos 1950.
A direção de Barry Levinson, conhecido por Rain Man, conduz a trama com um olhar que mistura diversas referências do cinema criminal, prestando homenagem a nomes como Martin Scorsese, Brian De Palma e Francis Ford Coppola. No entanto, essa profusão de estilos visuais e narrativos resulta em momentos de identidade diluída, como se o cineasta “se rendesse a inúmeras homenagens” sem estabelecer um caminho próprio. Mesmo assim, algumas sequências se destacam, como a introdução que já expõe a relação tóxica entre Frank e Vito.
A performance de De Niro é novamente o grande trunfo. Com o auxílio de próteses e alterações vocais discretas, ele dá vida a dois personagens complexos, evitando que o enredo soe apenas como uma compilação de clichês. Ainda assim, certos recursos narrativos, como a quebra da quarta parede com Frank falando diretamente à câmera, soam artificiais e destoam do tom da produção. O roteiro de Nicholas Pileggi, responsável por Os Bons Companheiros, não alcança a profundidade esperada.
Mesmo com suas irregularidades, o filme entrega momentos envolventes, impulsionados por um elenco competente e por aspectos técnicos marcantes. A fotografia de Dante Spinotti aposta em tons sombrios de neo-noir, enquanto a trilha de David Fleming busca um clima melancólico, embora nem sempre encaixe perfeitamente. No fim, The Alto Knights consegue agradar aos fãs do gênero, apesar de sua ambição excessiva.
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