Apresentação que encerra a 9ª edição da Virada Cultural de Belo Horizonte, que desde 2013 propõe uma imersão multicultural na região central da cidade e, neste ano, contou com mais de 230 atrações, Lenine e Marcos Suzano subiram ao Palco Fecomércio, no Parque Municipal, por volta de 17h30 deste domingo (25), animando o público que, desde sábado (24), encara a maratona de espetáculos que caracteriza o evento. Parte dos fãs, contudo, acabou amargando revolta por ter sua entrada bloqueada, uma vez que o lugar atingiu sua lotação máxima.
No show, a dupla retoma a sua primeira e emblemática parceria: o disco “Olho de Peixe”, lançado em 1993, portanto há mais de 30 anos, que é pautado pela interação do violão do artista pernambucano com a percussão do músico carioca. O álbum, aliás, continua exaltado, sendo classificado como “visionário” pela crítica.
Fãs acompanham show de Lenine e Marcos Suzano no encerramento da Virada Cultural. Foto: Fred Magno
Da primeira parceria para cá, depois de alguns reencontros, os dois estiveram juntos novamente, por exemplo, no Projeto Carbono — tanto no disco quanto no Rock in Rio. Não é preciso dizer mais sobre o quão entrosados são os artistas e como essa característica repercute, claro, na qualidade da apresentação, um deleite para os fãs.
Do lado de fora, em frente ao portão, a música cedeu lugar a ruidosos protestos quando centenas de pessoas foram barradas e se aglomeraram em frente aos portões, na expectativa de uma possível abertura, embora fossem informadas que o espaço havia atingido sua lotação máxima.
Roberta Solz, 26, servidora pública, lamenta que a organização não informou sobre lotação máxima no lugar. “Eu vim hoje cedo, entrei normalmente. Fui em casa e voltei para ver o show que era o único que eu queria mesmo assistir. Mas, cheguei e tinha esse bloqueio”, comentou.
Já a engenheira Laura Honório, 29, havia acabado de chegar quando foi informada que o espaço havia atingido lotação máxima e quem não havia entrado, não entrava mais. “Se existia esse porém, então o show de encerramento não devia ter sido marcado para esse lugar. Lembro que, no ano ado, fui na Gaby Amarantos, na Praça da Estação, e que não tive esse problema na época”, recorda, fazendo referência ao local que tradicionalmente recebe as grandes atrações da Virada Cultural, mas, neste ano, está fechado para reforma.
Vale dizer, sem a Praça da Estação, que geralmente recebe as maiores atrações da Virada Cultural de BH, mas está fechada para reformas, o Parque Municipal ganhou protagonismo nesta edição do evento. Para Eliane Parreiras, secretária municipal de Cultura, um destaque merecido, que não deixa de ser uma oportunidade para celebrar a importância deste espaço para a cidade. “O Parque Municipal é extraordinário! É um luxo que a cidade possa ter um parque, um equipamento assim, centralizado, com aquele tamanho, com aquela vitalidade”, elogiou a gestora em entrevista a FM O Tempo na quinta-feira (22).