Após quase um ano sem promover um reajuste, a Petrobras anunciou uma redução de 5,6% do preço da gasolina para as distribuidoras na última semana. Considerando a mistura obrigatória da gasolina com etanol que chega na bomba dos postos, a previsão é que a redução pudesse significar um combustível R$ 0,12 mais barato para o consumidor. Na prática, porém, nem metade dessa queda foi reada ao motorista. Ao mesmo tempo, hoje o mercado vive um período de tensão devido à greve dos caminhoneiros transportadores de combustíveis, que pode reduzir a disponibilidade de gasolina nos postos.
O site de pesquisa Mercado Mineiro levantou preços em 200 postos de Belo Horizonte e região no fim de maio, pouco antes do reajuste da Petrobras, que começou a valer no dia 3 de junho, e foi novamente às ruas entre os dias 5 e 7 de junho. Nesse período, a gasolina caiu de R$ 6,02 para R$ 5,97, ou seja, R$ 0,05.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) também comparou os preços da última semana de maio e da primeira de junho — mas em menos postos, 41. Ela detectou uma diminuição similar à encontrada pelo Mercado Mineiro, com queda de preço de R$ 6,01 para R$ 5,97. Ou seja, de R$ 0,04, três vezes menos do que o previsto.
Embora os postos, em geral, não tenham reado a redução da Petrobras completa aos consumidores, o preço da gasolina já vinha caindo antes dele. Até a primeira semana de maio, a média era R$ 6,10, portanto diminuiu R$ 0,13 no acumulado desde então.
A diminuição que ocorreu nos postos ao longo do último mês foi ocasionada pela alta concorrência entre os estabelecimentos, avalia o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro). Já questionado pela reportagem sobre os postos não terem reado integralmente o corte da Petrobras, o sindicato afirmou que “não monitora preços nem margem e cada empresário é livre para fazer seu preço de bomba”.
Etanol é vantajoso para o motorista
O preço do etanol está em queda desde maio e chegou à média de R$ 4,19 na última semana, segundo o Mercado Mineiro. Ele corresponde a 70% do valor médio da gasolina, portanto, considerando o rendimento dos carros em geral, compensa para o motorista.