Enquanto o mundo acorda estupefato com mais uma vitória de Carlos Alcaraz, após uma batalha contra Jannik Sinner, os brasileiros despertam esperançosos com Vitória Miranda. A belorizontina ‘gabaritou’ o Grand Slam de Roland Garros. Aos 17 anos, ela venceu a modalidade juvenil de cadeira de rodas simples e em duplas na última sexta-feira (6). Miranda já tinha alcançado esse desempenho no Australian Open, em janeiro.
Primeiro, ela venceu a estadunidense Sabina Czauz por 2 sets a 0 (parciais de 6/3, e 6/2), em apenas 59 minutos de partida. Na sequência, ao lado da belga Luna Grup, ela impôs nova derrota a Czauz, que jogou com a sueca Emma Gjerseth. Na final das duplas o resultado foi 2 sets a 0 (6/3 e 6/2).
Em entrevista para a Confederação Brasileira de Tênis, ela destacou a sua felicidade pelo título. De acordo com Vitória, foi possível imprimir o seu tênis
“Estou muito feliz com os meus títulos! Consegui colocar em prática tudo o que venho treinando. Quando entrei em quadra, já sabia que era o meu momento. Todas as vezes que perdi para ela, eu perdi antes para mim mesma, e decidi que desta vez isso não aconteceria. Nas duplas, também deu tudo certo”, comemorou Vitória.
Vitória é atualmente a top 1 do mundo na simples juvenil e a 27ª no ranking profissional. Nas duplas, ocupa a 35ª posição.
Quem é Vitória Miranda?
Hoje top 1 do ranking de sua categoria e figura carimbada nas listas de atletas paralímpicas mais promissoras do Brasil, a jovem mineira teve que enfrentar percalços desde o nascimento. Fruto de um parto prematuro de seis meses, ela desenvolveu artrogripose congênita. Por conta desta realidade, possui apenas 10% da mobilidade nas pernas.
O que poderia significar uma dificuldade, para Vitória Miranda se transformou em motivação e resiliência, mas não sem antes ar pelas mãos de um treinador que a ensinasse a lutar através do esporte. Léo Botija, Coordenador do Projeto Brincar de tênis, introduziu a garota na modalidade, ao enxergar em Vitória o potencial físico.
Após a morte de um familiar, ela decidiu se aprofundar nos treinamentos e começou a se desenvolver dia após dia. E com isso, rapidamente as coisas começaram a dar certo. Ainda com 15 anos, a brasileira conquistou o topo do pódio no Parapan de Jovens de Bogotá, na Colômbia.
Ano ado, em outubro, assumiu a liderança do ranking em sua categoria, após vencer o Masters Juvenil das Américas, em Houston, e o ITF de Eindhoven, na Holanda.
No primeiro Grand Slam de 2025, o Australian Open alcançou a sua primeira vitória em um torneio major juvenil, e se consolidou como grande prospecto do esporte nacional.
Agora, repetiu a dose no saibro.
Luiz Calixto no topo
Quem também se destacou foi Luiz Calixto, também mineiro e destaque da cadeira de rodas. Ele foi finalista tanto na chave de simples quanto na de duplas, mas ficou com o vice-campeonato.
Na disputa individual, Calixto foi superado pelo austríaco Maximilian Taucher por 2 sets a 0 (3/6 e 0/6). Nas duplas, Calixto e o companheiro belga Alexander Lantermann perderam para a dupla do norte-americano Charlie Cooper com o austríaco Maximilian Taucher por 2 sets a 0 (4/6 e 0/6).